Houve um tempo, minha gente, que as pessoas mandavam cartas umas para as outras. Além de contas, na sua caixa de correio seria possível encontrar a carta de uma tia querida ou um amigo distante. Hoje isso parece estar localizado nos séculos entre a queda do Império Romano e o começo da Idade Média, mas se pararmos para pensar, mal fez cem anos.
Nesta época era comum as cidades exaltarem as grandes novidades tecnológicas da época e construírem prédios monumentais para reafirmar o poder. Em Madri, como em qualquer outro lugar, não foi diferente. Em 1904 é feito um concurso para a construção de um edifício onde se reuniriam os três serviços de comunicação em voga: os correios, os telégrafos e o telefone.
Vence o projeto de Antonio Palacios e Joaquim Otamandi. Eles conceberam uma construção em estilo eclético ou seja, uma releitura de algumas correntes artísticas em moda na Espanha como o neoplateresco e o neogotico. Um edifício grandioso que lembra um misto de catedral – foi apelidada pelos contemporâneos de Nossa Senhora das Comunicações – e de fortaleza.
A construção foi marcada por todos os tipos de problemas políticos e econômicos, devido a Primeira Guerra Mundial e a instablidade política espanhola. Concluído somente em 1919, o prédio recebeu a denominação de Palácio das Comunicações e compõe um testemunho único do começo do século 20 junto ao banco de España, a Casa de América e a atual sede do Instituto Cervantes (não por acaso também de Antonio Palacios).
No entanto, por causa da proximidade com a estátua da deusa Cibeles, o Palácio trocou de nome e também conhecido como Palácio Cibeles. Atualmente, funciona como centro cultural, gestionando pela prefeitura, o CentroCentro.
A fachada em pedra branca e decorada com bustos que exaltam os deuses de várias mitologias, além de pináculos, flores e folhas. Se você seguir na calçada do Paseo del Prado ainda vai ver as diferentes caixas de correio onde o cidadão poderia selar a sua carta e depositá-la ali escolhendo entre “Províncias”, “Capital”, etc. No centro existe uma torre (claro) e nesta, um relógio (óbvio). A visita ao mirador custa 2 euros , há um café ali e um restaurante no último andar.
Atualmente, o edifício foi bastante modificado para abrigar exposições, elevadores, cafeteria e uma excelente loja de produtos sobre Madri. Logo na entrada é necessário subir uma escada (mas há elevador ao lado) e nos deparamos com o grande hall. No interior, ainda se podem ver as antigas mesas onde os clientes escreviam suas últimas palavras nas cartas antes de despachá-las.
No teto, vitrais ornados de motivos florais bem acorde com aqueles tempos. Nas laterais e interseções das colunas temos os escudos das várias comunidades espanholas, bem como a águia de duas cabeças, símbolo de Carlos V. Igualmente observe as luminarias presas às colunas. Na época a luz elétrica era uma novidade ainda acessível a poucas pessoas e era de bom tom deixá-la aparente, contrastando com a iluminação atual que só ressalta detalhes oculto aos distraídos.
O CentroCentro tem um atrativo a mais para os turistas de todos os bolsos: wifi grátis, imprensa nacional e estrangeira à disposição, sofá e mesa com cadeiras. Com tantos adjetivos vale a pena entrar e ficar a vontade.
Onde? Plaza Cibeles, 1
Quando? Terça a domingo: de 10.00 a 20.00 h.
Quanto? Gratuito. Para subir ao mirador é preciso pagar 2 euros.
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Mas é bonito o bendito, né?
Maravilhoso! Quando vocês vierem já está no roteiro. Bj !