Para quem acha que impressionismo foi um movimento restrito, principalmente, aos pintores franceses, a Fundação Mapfre está trazendo uma excelente mostra sobre o Divisionismo italiano. Trata-se de uma corrente artística desenvolvida antes da Primeira Guerra Mundial, quando existia uma crença no progresso, no desenvolvimento e na paz. Neste sentido, vale a pena ir a outra exposição “Lo nunca visto”, na Fundação Juan March e ver como foi a produção artística após a Segunda Guerra Mundial. Parece que as duas instituições combinaram!
Através dos quadros expostos observamos como questões como a luz, as cores e as formas, foram tratadas por artistas italianos como Giovanni Sagatini, Giuseppe Pellizza da Volpedo e Angelo Morbelli até desembocar no Futurismo, corrente capitaneada por Filippo Tommaso Marinetti e que tanto influenciou os modernistas brasileiros. Por isso ali também estão as obras de Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Gino Severini e Giacomo Balla.
Os italianos tambem retrataram os problemas sociais do seu tempo, a solidão das grandes cidades e as penúrias enconômicas das classes menos favorecidas. Muitos eram ou viveram em Milão, um grande polo industrial italiano no século 19, e aproveitaram para fazer dos seus quadros um retrato dos conflitos sociais do período e retratar as duras condições de trabalho como esta obra de Angelo Morbelli que pintou essas camponesas lavrando o campo numa posição bem dolorosa.
Outro tema explorado por alguns pintores, especialmente os simbolistas, foi a maternidade. Há quadros onde mãe e filho aparecem de forma idílica, rodeados de flores ou de anjos; assim como aqueles em que ambos são fixados numa atitude carinhosa num apartamento ou no campo.
Essas técnicas permitiram que os pintores experimentassem cada vez mais com as cores e formas e tentassem captar as novidades do momento como a velocidade, a multidão, e a sociedade de massa que começava a surgir e as novas ideias como o anarquismo, o comunismo e o futurismo.
Alias, o Manifesto Futurista ganha uma sala exclusiva, com paredes negras, onde estão escritas algumas das suas “reivindicações”. Infelizmente, não podemos esquecer que seu autor, Marinetti, seria cooptado pelo fascismo e se tornaria o poeta oficial do regime de Mussollini.
Saí de lá leve e solta, encantada com o colorido que havia contemplado, nesta gloriosa semana primaverial no fim do inverno. No dia seguinte, porém, me esperava a exposição da Fundación Juan March sobre a arte pós-Segunda Guerra Mundial.
Onde? Fundación Mapfre. Paseo de Recoletos, 23. Metrô Colón, L4.
Quando? Até 5 de junho.
Horário: terça a domingo de 10:00 a 20:00 horas. Entrada: 3 euros
Segunda: 14 às 20h. Gratuito.
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